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Venda Direta Das Usinas – A Quem Interessa?

Por Vinícius Antunes Costa da Netz Solutions

Há tempos que esperávamos a notícia da possibilidade da venda direta do etanol da usina aos postos revendedores. Esse assunto tomou força com a greve dos caminhoneiros como uma alternativa para suprir o mercado desabastecido pela paralização. O CADE, avaliando as possibilidades, concluiu que essa mudança poderia reduzir o custo do produto e consequentemente o preço para o consumidor final.

A ANP foi acionada, projetos de lei foram criados e estávamos prontos para receber uma nova resolução regulamentando a liberação, entre outras possibilidades de abastecimento, quando o Governo Federal anunciou a assinatura da medida provisória MP 1.063 no dia 11 de agosto, surpreendendo a todos.

Qual o objetivo da medida?

O objetivo principal dela é gerar a possibilidade de redução do preço nas bombas, mas será que isso irá acontecer realmente? As opiniões são diversas. A lógica é a seguinte: como o etanol, no caso o hidratado, sai de uma determinada usina e, na maioria das vezes, vai até um polo de suprimentos para depois seguir para um determinado posto que pode estar muito próximo dessa mesma usina, chamando-se isso de passeio do produto, teríamos aí, nesse caso, um ganho logístico que eventualmente proporcionaria uma redução nos custos, que por sua vez, poderia ser repassado ao posto e esse ao consumidor final.

Será que funcionará?

Muitas usinas não estão querendo aderir a essa oportunidade, primeiro porque hoje o negócio delas é a venda no atacado (Distribuidoras), muitas são próximas umas das outras e o efeito de melhoria na margem bruta poderia não dar certo, aumentando em muito o desgaste da venda fracionada para o atacarejo (Postos de Combustíveis) e pelas perdas com a emissão dos Cbios. Outro ponto a considerar é que o vilão dos preços são os tributos, em especial o ICMS. Além da paridade que se faz entre o preço da gasolina, mantendo o preço do hidratado sempre próximo a 70% do preço da gasolina. Os usineiros acompanham isso diuturnamente, além disso, as margens atuais dos postos andam muito baixas e a primeira decisão do revendedor será sempre em recompor e não repassar o benefício de um menor preço vindo da usina para o consumidor.

Então, a quem interessa?

Interessa sim às usinas que não tem outra unidade próxima delas. Nesse caso específico, serão mais competitivas comparado com as distribuidoras e aumentarão suas margens bruta de contribuição apesar do aumento do custo fracionado da venda e, principalmente, em relação às vendas ao lado oposto da direção aos polos de suprimento, aumentando a diferença logística. Creio que os postos localizados num raio de até 300 km poderão ser beneficiados com reduções significativas.

Há que observar também a atuação forte das barrigas de aluguel. Na minha opinião se nada for feito, elas continuarão atuando fortemente, pois esse tipo de distribuidora só é competitiva porque existe a suspeita de sonegação fiscal, mas agora, além das tradicionais distribuidoras terão algumas usinas como concorrentes. Vale a pena lembrar para ficarem atentos, pois o complemento dos impostos que seria de responsabilidade das distribuidoras passará também a ser feito pelas usinas nessa modalidade de venda.

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E os postos bandeirados?

Além dos postos bandeira branca, essa categoria de postos terá também a prerrogativa de fornecimento direto das usinas, segregando uma bomba e um tanque, desde que a relação comercial com a distribuidora permita.

Tenho certeza que alguns revendedores muito em breve estarão recebendo de algumas usinas o convite para realizarem seus cadastros para que no primeiro dia de dezembro possam iniciar as vendas, lembrando que a ANP terá 90 dias para regulamentar todo o processo até o início da comercialização que se dará no dia 01 de dezembro próximo.

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